Neuralink e We Can't Be Friends de Ariana Grande: Uma Jornada Através das Memórias

Neuralink e We Can’t Be Friends de Ariana Grande: Uma Jornada Através das Memórias

O recém lançado videoclipe de “We Can’t Be Friends” de Ariana Grande, inspirado no filme “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”, apresenta uma intrigante reflexão sobre a possibilidade de apagar memórias e nos lembra da Neuralink. Na clínica Lacuna, a personagem “Peaches”, interpretada por Ariana, decide remover de sua mente todas as lembranças de seu ex-namorado, vivido por Evan Peters. As memórias são apagadas, mediante um processo tecnológico futurista, permitindo que Peaches siga em frente com sua vida.

A empresa de Elon Musk, focada em interfaces cérebro-máquina, desenvolve implantes neurais visando auxiliar pessoas com deficiências e aprimorar as capacidades humanas. Embora a Neuralink esteja em fase de testes, a ideia de editar ou apagar memórias não é mera ficção científica. Pesquisas em neurociência avançam na compreensão do funcionamento da memória e na manipulação de lembranças em animais. No entanto, a aplicação dessa tecnologia em humanos apresenta diversos desafios éticos, sociais e psicológicos.

A Neuralink desenvolve implantes neurais visando criar uma interface direta entre o cérebro humano e computadores. O dispositivo, chamado de Link, é um chip implantável no crânio que possui diversos microeletrodos capazes de registrar e estimular a atividade neuronal.

As aplicações da Neuralink são promissoras:

  • Restaurar funções motoras e sensoriais em pessoas com deficiências: paraplégicos podem voltar a andar, cegos podem recuperar a visão e pessoas com paralisia cerebral podem ter seus movimentos controlados.
  • Ampliar as capacidades cognitivas: o Link pode ser usado para aumentar a memória, a capacidade de aprendizado. Bem como, a concentração.
  • Interagir com dispositivos e controlar ambientes com a mente: imagine controlar seu computador, smartphone ou eletrodomésticos com o poder do pensamento.

Embora a tecnologia esteja em fase de testes em animais, os primeiros testes em humanos já foram realizados. Em 2020, Elon Musk anunciou que um paciente com tetraplegia estava utilizando o Link para controlar um cursor de computador com a mente.

A Ciência por Trás da Manipulação de Memórias

A neurociência avança na compreensão de como as memórias são formadas, armazenadas e recuperadas no cérebro. Dessa forma, as pesquisas identificaram áreas específicas do cérebro responsáveis por diferentes tipos de memória. Como memória episódica (lembranças de eventos específicos) e memória semântica (conhecimento factual).

Técnicas como a estimulação cerebral profunda e a optogenética permitem manipular as memórias em animais. A estimulação de áreas específicas do cérebro pode fortalecer ou enfraquecer memórias, enquanto a optogenética permite ativar ou desativar neurônios específicos para controlar a formação de memórias.

Em humanos, técnicas como a repetição espacializada e a reconsolidação de memória podem ser usadas para fortalecer ou modificar memórias. A repetição espacializada consiste em revisitar uma memória em diferentes contextos, enquanto a reconsolidação de memória envolve a reativação de uma memória e sua subsequente modificação.

Apagando Memórias: Ética, Desafios e Implicações

A possibilidade de apagar memórias levanta diversos questionamentos éticos, sociais e psicológicos. Do ponto de vista ético, seria aceitável apagar memórias traumáticas ou dolorosas? E quem teria o poder de decidir quais memórias devem ser apagadas?

Socialmente, a manipulação de memórias poderia ser utilizada para controlar o comportamento das pessoas ou para apagar eventos históricos indesejáveis. Além disso, apagar memórias pode ter consequências psicológicas imprevisíveis, como a perda de identidade ou o desenvolvimento de transtornos psicológicos. Por fim, do ponto de vista técnico, apagar memórias com a Neuralink ainda é um desafio. Ou seja, a tecnologia precisa ser capaz de identificar com precisão as memórias a serem apagadas sem danificar outras áreas do cérebro.